Curso: Embates e reflexões estéticas no iluminismo

Janeiro 23, 2017

 

PPG EM ESTÉTICA E FILOSOFIA DA ARTE

DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA

 

        Convidam para o  curso        " Embates e reflexões estéticas no iluminismo"

 

Ministrante: Prof.Dr.  Pedro Fernandes Galé (USP)

 

Data: 26 de janeiro a 23 de março de 2017

Horário: Encontros Semanias - Quinta-feira - 14h00min às 17h00min

Local: Sala 11 do IFAC (Rua Coronel  Alves, 55, Centro)

 

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas na secretaria ou por e-mail  posgraduacao@ifac.ufop.br

O curso  pode ser realizado como disciplina  (CH 30/ Créditos 02) para alunos com graduação completa

Inscrições abertas para alunos da UFOP e de outras instituições.

Haverá emissão de certificado.

 

 

Ementa:

Embates e reflexões estéticas no iluminismo

Pedro Fernandes Galé

O século XVIII foi um dos mais ricos na história dos debates das artes. Um ponto de inflexão deste debate foi a célebre Querelle des anciens et des modernes, enraizada no século anterior. Mais do que uma ilustre discussão de arquitetos no ambiente francês do Ancien Régime, a querela ganhou o mundo e foi de suma importância para que melhor se fossem delineando suas partes. Para que entendamos a importância desta disputa, que nos baste por ora observar o que diz Habermas em seu Discurso filosófico da modernidade: “É no domínio da crítica estética que pela primeira vez se toma consciência do problema de uma fundamentação da modernidade a partir de si mesma. Isso fica claro quando acompanhamos a história conceitual do termo “moderno”. O processo de distanciamento do modelo da arte antiga foi introduzido, no início do século XVIII, pela célebre Querelle des anciens et des modernes.” (Habermas, 2000, p. 13)

Analisar o ambiente deste debate nos seus momentos decisivos do século das luzes nos faz refletir acerca do papel das artes e da reflexão filosófica acerca de cada arte em particular. Tomaremos a célebre querela para que os temas caros à estética, em sua fase de consolidação e de superação das doutrinas da arte, vinculadas à preceptiva e à retórica, para que a gama dos assuntos se possa apresentar de modo mais ilustrativo. Essa renovação da polêmica entre os defensores do mundo antigo e moderno se desloca para um campo fundamental da estética, a disputa entre a regra e a desordem dos sentidos. E é exatamente na busca por ordenar os sentidos, e sua relação com o belo, que o primeiro esforço no sentido de uma estética teve lugar. 

Plano de trabalho

Como a polêmica é base de nosso trabalho, executaremos leituras comparativas, analisando as diferentes formas de abordagem e os modos de se pensar o campo artístico em torno de dois autores centrais: Winckelmann e Diderot.

  1. 1.     Winckelmann: Da transcendência da norma à imanência da forma

Os Pensamentos sobre a imitação dos gregos na pintura e na escultura, de Winckelmann, estabelecem uma visão de artes que fez a antiguidade clássica se colocar em um novo patamar, num patamar que podemos chamar de moderno. Nesse passo investigaremos nesse texto a renovação do clássico, em um ambiente de reflexão já ligado ao modo de pensar permeado pela Ilustração.

  1. 2.      Diderot entre as artes e o teatro – Modernidade e tradição

Diderot é caso singular nesse quadro dos movimentos das reflexões artísticas do iluminismo francês. Embora seja um dos mais aguerridos defensores do teatro moderno que principiava a se livrar das regras do decoro, da tradição das grandes tragédias francesas – que tinham em Corneille e Racine seus grandes mentores e em Voltaire seu grande defensor –, tinha uma postura menos moderna em relação à pintura e à escultura, sua posição singular nos permite vislumbrar os grades debates estéticos de seu tempo.

Bibliografia

ARGAN, G. Carlo: A arte moderna na Europa: de Hogarth a Picasso, Lorenzo Mammì (trad.), Cia das Letras São Paulo, 2010.

_____________:Imagem e persuasão, Maurício Santana Dias (trad.), Cia das Letras São Paulo, 2004.

BELLORI, Giovan Pietro: Le vite de’ pittori escultori e architetti moderni, 2v., Einaudi, Torino, 2009.

CASSIRER, Ernst: La filosofia de la ilustracion, Fondo de Cultura Económica, Mexico, 1997.

DIDEROT, D.: Ensaios sobre a pintura, trad. E. A. Dobránszky, Pairus, Campinas, 1993.

_______________: Obras II, Estética, Poética e Contos, Perspectiva, São Paulo, 2000.

GOETHE, J. W.: Escritos sobre literatura, Pedro Sussekind (trad.), 7 Letras, Rio de Janeiro, 2000.

____________: Escritos sobre arte , São Paulo: Imprensa Oficial/Ass. Editorial Humanitas, 2005.

HABERMAS, J: Discurso filosófico da modernidade, Luiz Repa (trad.), Martins Fontes, São Paulo, 2010.

KANT, I: Crítica da faculdade de Julgar, Forense universitária, São Paulo, 1995.

LESSING, Gotthold Ephrain: Laocoonte ou sobre as fronteiras da pintura e da poesia, Marcio Seligmann Silva (trad.), Editora Iluminuras, 1998.

SCHILLER, F. A educação estetica do homem. São Paulo: Iluminuras, 2002.

_____________: Poesia ingênua e sentimental. Tradução de Márcio Suzuki. São Paulo: Iluminuras, 1991.        

_____________: Textos sobre o belo, o sublime e o trágico. Imprensa Nacional – Casa da moeda, Lisbo, 1997.

WINCKELMANN, J J.: Reflexões sobre a arte antiga, H. Caro (trad.), Ed. |Movimento, Porto Alegre, 1993.

_____________: Kleine Schriften,Vorreden, Entwürfe, Walter de Gruyter, Berlin, 2002.

SUZUKI,  M.: A forma e o sentimento do mundo, ed. 34, São Paulo, 2014.

TODOROV, S: O espírito das luzes, M. C. Cristina (trad.), Barcarolla, São Paulo, 2008.

VOLTAIRE:  El siglo de Luis XIV, Nelida O. Reynal, Fondo de cultura Economica, cidade do México, 1996.

 

 

APOIO PROCAD/CAPES

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