Grupo de Estudos “Doutrinas das artes e estética: entre o ensinamento e a percepção

Janeiro 23, 2017

 

PPG EM ESTÉTICA E FILOSOFIA DA ARTE

DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA

 

        Convidam para o Grupo de Estudos  Doutrinas das artes e estética: entre o ensinamento e a percepção”

 

Ministrante: Prof.Dr.  Pedro Fernandes Galé (USP)

 

Data: 06 de fevereiro a 20 de março de 2017

Horário:  Encontros semanais - Segunda-feira - 14h00min às 16h00min

Local: Sala 11 do IFAC (Rua Coronel  Alves, 55, Centro)

 

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas na secretaria ou por e-mail  posgraduacao@ifac.ufop.br

Inscrições abertas para alunos da UFOP e de outras instituições.

Haverá emissão de certificado.

 

 

 

Grupo de Estudos e Leitura

“Doutrinas das artes e estética: entre o ensinamento e a percepção”

Pedro F. Galé

Descrição:

Grupo que pretende, por meio de leitura em grupo de textos selecionados, fomentar o debate das questões que fizeram emergir a disciplina filosófica da estética.  A partir da comparação de casos exemplares de autores que de alguma forma examinaram as artes e suas possibilidades, em um momento anterior à fundação da disciplina da estética,  vamos buscar compreender a mudança de tom da reflexão filosófica acerca das artes no momento do nascedouro desta disciplina.

Apresentação do conteúdo.

No século XVIII, o alemão Alexander Baumgarten descrevia a ciência da qual era fundador como “ciência do conhecimento sensitivo” (Est., §1) e, além disso, a situava como uma disciplina que abarca o que a retórica e a poética “têm em comum e o que têm de comum com as outras artes” (Est. § 5”). O que vamos abordar nesse grupo é exatamente a virada de Baumgarten, estabelecendo um comparativo com as obras de caráter prescritivo que  marcava a reflexão das artes no momento anterior á fundação da estética enquanto disciplina filosófica.

1. Parte – Doutrina : os casos exemplares

    Horácio – O paradigma  das Doutrinas

O texto Arte Poética (Carta aos Pisões), de Horácio foi considerado, por muito tempo o exemplo máximo de preceptiva artística. É a partir dessa obra que muitos dos que intentaram “ensinar” uma arte se basearam. Para além do célebre “Ut pictura poesis” (assim na pintura como na poesia) o que se buscou em Horácio, o poeta, foi um tipo de discurso que desse conta do caráter doutrinário de uma arte. A leitura deste texto nos familiarizará com o caráter retórico e prescritivo da tradição das poéticas.

      Alberti – ensinado a pintura

O texto de Alberti, escrito em meados do século XV, é o primeiro a constituir uma arte figurativa como objeto de teoria e doutrina de modo mais sistemático. Nele os elemento fundamentais da pintura são elencados e tratados como ensinamentos de um ofício, as passagens buscam Docere uma arte. Fundamental como ponto de reflexão para o artista e o apreciador das artes o texto busca uma espécie de instrução já em muito afastada do leitor de nosso tempo.

2. Parte – O nascimento da estética

Baumgarten – o fundador

A fundação da estética enquanto disciplina filosófica não é de única responsabilidade daquele que primeiro cunhou o termo estética. Há na base das reflexões de Baumgarten uma série de questões acerca da sensibilidade já inferidas por seus antecessores, Locke, Leibniz e Wolff. Mas na questão das artes, Baumgarten é um caso exemplar para que compreendamos a mudança ocorrida na reflexão que dá início àquilo que hoje já se consagrou como a estética. A partir da leitura de algumas passagens de sua Estética, poderemos compreender tal guinada.

A reação – Winckelmann

Winckelmann é conhecido como um autor que é o fundador da história da arte, aluno de Baumgarten em Halle, esse autor pretendeu dar mais espaço ao objeto em sua relação com a sensibilidade. A leitura de seu texto de estréia, os Pensamentos sobre a imitação dos gregos na pintura e na escultura, nos mostrará o início de uma série de modos de se relacionar a filosofia e a arte, de modo diverso ao de seu professor: pois em Winckelmann o objeto artístico ganha a primazia em relação à teoria das artes.

Bibliografia Primária

ALBERTI, Da pintura, Antonio da Silveira Mendonça (trad.), Editora Unicamp, Campinas, 2014

BAUMGARTEN, Alexander G.: Estética: A lógica da arte do poema. Miriam S. Medeiros (trad.), Vozes, Petrópolis, 1993.

HORÁCIO: Ars Poetica, in A poética clássica, Jaime Bruna (trad.), Cutrix, São Paulo, 2005.

WINCKELMANN, Johann J.: Reflexões sobre a arte antiga, H. Caro (trad.), Ed. Movimento, Porto Alegre, 1993

 

Bibliografia secundária

 

CASSIRER, E.: A filosofia do Iluminismo, Ed. Unicamp, Campinas, 1998.

Paulo, 2013.

HABERMAS, J: Discurso filosófico da modernidade, Luiz Repa (trad.), Martins Fontes, São Paulo, 2010.

HAAR, M.: A obra de arte: ensaio sobre a ontologia das obras, Difel, Rio De Janeiro: 2007.

KNOLL, V.: “Imitação e manifestação”, in Discurso, 42, São Paulo: 2012.

MATTOS, L.F.F. de, O filósofo e o comediante: ensaios sobre literatura e filosofia na Ilustração. EDUFMG, Belo Horizonte: 2001.

PANOFSKY, E.: Idea: a evolução do conceito de belo, Paulo Neves (trad.), Martins Fontes, São Paulo: 2000.

PATER, W: O renascimento, Iluminuras, São Paulo, 2014.

TODOROV, S: O espírito das luzes, M. C. Cristina (trad.), Barcarolla, São Paulo, 2008.

_____________: Teorias do símbolo, Roberto L. Ferreira (trad.), Editora Unesp, São

SPINA, S.: Introdução à poética clássica, Martins Fontes, São Paulo, 1996.

SUZUKI,  M.: A forma e o sentimento do mundo, ed. 34, São Paulo, 2014.

 

APOIO PROCAD/CAPES

   

 

grupo_estudos_pedro_gale_01.pdf245 KB