A coordenação do PPG e do Departamento de Filosofia convida a todos para o mini-curso : Sublime e terror: Burke, Kant e Schiller
Ministrante: Prof.Dr. Vladimir Vieira/UFF
Data: 09 e 10 de novembro
Horário: 14h00min às 16h00min
Local: Sala 12 do IFAC (Rua Coronel Alves, 55, Centro)
As inscrições podem ser feitas por e-mail (posgraduacao@ifac.ufop.br) ou na secretaria do curso
Haverá emissão de certificado.
Sublime e terror: Burke, Kant e Schiller
Desde suas formulações iniciais, que remontam ao pensamento britânico da primeira metade do século XVIII, os principais autores que trataram da questão do sublime reconheceram que a combinação de prazer e desprazer que tipicamente caracteriza a manifestação dessa categoria estética é filosoficamente problemática. No caso dos objetos associados ao medo e ao terror – daquilo, portanto, que Kant denomina “sublime dinâmico” – muitos postulam ser necessária alguma distância, uma certa posição de segurança do sujeito para que a experiência estética se mantenha possível. Esse princípio geral, usualmente admitido como um consenso, comporta entretanto muitas nuances nas diferentes sistemas filosóficos do período.
O objetivo do minicurso é discutir a questão da segurança do sublime contrastando três concepções distintas acerca desse problema. Em primeiro lugar, será apresentada a posição, exposta no Enquiry into the Origin of Our Ideas of the Sublime and Beautiful (1757) de Edmund Burke, que limita essa restrição aos casos em que o próprio sujeito é diretamente ameaçado pelo objeto. Em seguida, abordarei a tese kantiana da Crítica da faculdade de julgar (1790) segundo a qual, ao contrário, o perigo deve ser apenas
produzido na imaginação, não sendo admitida nem a solidariedade com a efetiva dor alheia nem com a sua representação artística. Por fim, esboçarei as ideias de Schiller expostas em seus artigos da Neue Thalia, que parecem um buscar um meio termo entre essas duas posições.
Bibliografia primária
BURKE, E. Uma investigação filosófica sobre a origem de nossas idéias do sublime e do belo. Tradução de Enid Abreu Dobránszky. Campinas: UNICAMP, 1993.
KANT, I. Crítica do juízo. Tradução de Valerio Rohden e António Marques. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995.
SCHILLER, F. Textos sobre o belo, o sublime e o trágico. Lisboa: Imprensa Nacional/Casa da Moeda, 1997.
Bibliografia secundária
ABACI, U. “Kant's Justified Dismissal of Artistic Sublimity”. Journal of Aesthetics and Art Criticism, v. 66, n. 3 (2008), pp. 237-251.
________. “Artistic Sublime Revisited: Reply to Robert Clewis”. Journal of Aesthetics and Art Criticism, v. 68, n. 2 (Spring, 2010), pp. 170-173.
CLEWIS, R. “A Case for Kantian Artistic Sublimity: A Response to Abaci”. Journal of Aesthetics and Art Criticism, v. 68, n. 2 (Spring, 2010), pp. 167-170.
GUYER, P. “Kant's Conception of Fine Art”. Journal of Aesthetics and Art Criticism, v. 52, n. 3 (Summer, 1994), pp. 275-285.
________. “The Psychology of Kant’s Aesthetics”. Studies In History and Philosophy of Science, v. 39, n. 4 (Jan, 2009), pp. 483-94.
RYAN, V. L. “The Physiological Sublime: Burke’s Critique of Reason”. Journal of the History of Ideas, v. 62, n. 2 (Apr, 2001), pp. 265-279.
VANDENABEELE, B. “Beauty, Disinterested Pleasure, and Universal Communicability: Kant’s Response to Burke”. Kant-Studien, v. 103, n. 2 (2012), pp. 207-233.
WICKS, R. “Kant on Fine Art: Artistic Sublimity Shaped by Beauty”. Journal of Aesthetics and Art Criticism, v. 53, n. 2 (Spring, 1995), pp. 189-193.