Por: Tiago Maia dos Santos
A abertura do IV Encontro Memorial Instituto de Ciências Humanas e Sociais, que celebrou o 40° aniversário da instituição, foi marcada por diversos discursos em tom de protesto, fazendo críticas ao atual Governo. O evento, que ocorreu no dia 21 de novembro, contou com a presença de dirigentes da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), como a reitora Cláudia Marliére, o diretor e a vice-diretora do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS), Luciano Campos e Helena Mollo, além do diretor do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas (ICSA), José Benedito Donadon Leal.
A mesa de abertura contou com a presença da vice diretora do ICHS, Helena Mollo, acompanhada da reitora da UFOP, Claudia Marliére, Luciano Campos, diretor do Instituto e o diretor do ICSA, José Benedito Donadon Leal. Foto: Tiago Maia
O diretor do ICHS, Luciano Campos, manifestou-se contrário às declarações do atual ministro da Educação Abraham Weintraub, a respeito do corte de verbas das universidades, e relatou ainda, que as ciências humanas nunca foram tão atacadas como agora. A reitora da Ufop, Cláudia Marliére, seguiu a mesma linha, e citou a possibilidade da privatização da universidade federal. “Na educação pública e na ciência brasileira o risco de privatização das universidades federais existe, o Governo e uma parcela reduzida da sociedade falam das universidades e de seus dirigentes com um tom jocoso e desrespeitoso, usam e abusam da palavra balbúrdia, ignoram que aqui existe trabalho sério, dedicado, competente e de compromisso com a sociedade’’, disse ela. Apesar do tom diferente da proposta de celebração, a reitora completou: “Hoje estamos aqui para comemorar porque estamos vivos, somos capazes, temos história, temos memória’’.
Homenagens
Após a mesa de abertura, foram realizadas homenagens a funcionários que prestaram anos de contribuição ao ICHS. O discurso foi realizado pela professora Rivânia Trotta, que acabou se emocionando durante sua fala. Foram nove os homenageados, sendo que quatro já atuaram como professores na instituição. Celso Taveira, do departamento de História; Luiz Carlos Villalta, do departamento de Educação; e Aldo Eustáquio e Heliana Brandão, do departamento de Letras. Também foram prestigiados Rosimeire da Fonseca, que trabalhou como secretária no Instituto; Virginia Magalhaes, também como secretária; Michele Karina, que atualmente trabalha como bibliotecária na instituição; Lindomar Pedrosa, na função de secretário; e Antonio Calixto da Silva, presente no campus desde a sua formação.
Ex-funcionários do ICHS recebem as homenagens. Foto: Tiago Maia
Mesa redonda: Nossas letras na história da educação
O diálogo, mediado pela professora Célia Nunes, contou com um tema que despertou uma certa nostalgia nas participantes da mesa. Solange Ribeiro de Oliveira, ex-diretora do ICHS e professora emérita da UFMG, iniciou a conversa falando sobre o sentimento nostálgico que tem em relação ao Instituto e relembrou a época em que ainda era funcionária da academia. Já Hebe Maria Rôla Santos, professora emérita da Ufop, destacou a importância do tripé (ensino, pesquisa e extensão) no Instituto, além de contar casos de sua vida, quando uma vez foi confundida como sendo a mulher do prefeito, arrancando risadas do público presente.
A segunda mesa do evento contou com a participação de ex-docentes da instituição. Foto: Tiago Maia
Luiz Carlos Villalta finalizou a conversa. O ex-professor do departamento de Educação realizou um panorama histórico ressaltando obstáculos que o ICHS enfrentou com o passar dos anos e os impactos na sociedade, em especial citou o que o Instituto mais marcou nele. “O ICHS é marcado pela efervescência, pela inquietude, e pelo afeto, uma coisa que me chamou muita a atenção quando eu me tornei professor da Ufop é que, os estudantes e professores da Escola de Minas e da Escola de Farmácia, eles tinham uma relação muito afetiva com as suas respectivas escolas, com suas repúblicas e tudo mais, e no curso do tempo eu vi que a mesma coisa se desenvolveu com os professores, os estudantes, os ex-professores e os ex-estudantes em relação ao ICHS e às repúblicas. Então, eu acho que essa é uma marca ufopiana, de amor e paixão pela universidade’’, comentou o professor atualmente na UFMG.