RESUMO
A atividade de mineração pode alterar um território indefinidamente. A extração de minerais é amplamente utilizada em várias regiões brasileiras e é possível observar que, a partir dessa atividade, as empresas estão se tornando mais ricas à medida que as comunidades locais e até mesmo as cidades são deixadas para trás em termos de desenvolvimento. Um resultado direto da atividade de mineração, depois que os preços do minério de ferro caíram em 2013, foi que as empresas tiveram que reduzir seu custo operacional, investindo, assim, menos em medidas de segurança. Nesse cenário, a Samarco Mineração SA - mineradora instalada em Mariana / Minas Gerais - teve o rompimento de uma de suas barragens no dia 5 de novembro de 2015. Esse desastre impactou 35 cidades entre Minas Gerais e Espírito Santo em 663 quilômetros de leitos de rios e é considerado o maior desastre socioambiental do Brasil. Um total de 19 pessoas morreram nesse desastre e o rio Doce foi completamente invadido pelo rejeito de minério de ferro que havia escapado da barragem de Fundão. Algumas comunidades que estavam situadas a jusante da barragem foram completamente devastadas e as pessoas que lá viviam perderam as suas terras, casas, o seu modo de vida e as suas relações com os vizinhos devido aos diferentes locais para onde foram transferidos. Gesteira, distrito de Barra Longa, em Minas Gerais, foi invadido pelo rejeito de minério de ferro e sua comunidade foi uma das mais afetadas pelo rompimento da barragem do Fundão. Considerando este desastre sem precedentes, a proposta deste Trabalho Final de Graduação é fazer uma cartografia do processo de reassentamento de Gesteira, com a criação de uma linha do tempo, e analisar esta linha do tempo em relação ao conceito de territorialidade.
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